Quem é a única mulher denunciada pela PGR por trama golpista de Bolsonaro

Ele expressou perplexidade diante das solicitações de Marília Alencar, dado que o seu trabalho deveria se concentrar na segurança das eleições, e não na análise de resultados que poderiam orientar as ações da PRF.
Trecho da denúncia da PGR

PGR considera que houve “manejo indevido” das forças de segurança para dificultar a votação de eleitores nas regiões onde Lula venceu no primeiro turno. “Verificou-se, nesse momento, o manejo indevido das forças de segurança pública para dificultar a votação de eleitores no candidato da oposição. Ficou evidente que o grupo tentava, pelo uso da força estatal, forjar um resultado eleitoral favorável”.

A análise das comunicações confirma o esforço incessante, crescente e coordenado para manipular o processo eleitoral – não somente pelas narrativas infundadas de fraude, mas também pelo empenho de força material impeditiva do acesso de presumidos eleitores do adversário às urnas temidas.
Paulo Gonet, procurador-geral da República, em denúncia apresentada ao STF

Gonet afirma que Marília fez parte do grupo que tentou “sustentar a permanência ilegítima” de Bolsonaro na presidência. “Em um segundo plano, os denunciados com posições profissionais relevantes gerenciaram as ações elaboradas pela organização. Silvinei Vasques (ex-diretor-geral da PRF), Marília Ferreira de Alencar e Fernando Sousa de Oliveira coordenaram o emprego das forças policiais para sustentar a permanência ilegítima de Jair Messias Bolsonaro no poder.”

Marília integrava grupo que compartilhava informações sobre coleta de dados. Entre os arquivos, havia planilhas que mostravam onde estava a maior concentração de eleitores de Lula e também de Bolsonaro. Em uma das mensagens, do dia 13 de outubro de 2022, a diretora afirmou que em Belford Roxo o “prefeito é vermelho” —em referência a Lula —e que precisaria reforçar policiamento em rodovia. “Menos 25 mil votos no 9”, disse ela —o número nove é uma forma de bolsonaristas se referirem a Lula, que tem nove dedos.

Ela demonstrou também preocupação com cidades do Sul onde Lula havia tido mais votos. Nas conversas, Marília cita que em Pelotas foi “52×36 pro Lula”, além de Porto Alegre, onde havia sido “49×39 pro Lula”.

noticia por : UOL