Moradores de Chocó, na Colômbia, pedem ajuda em meio a aumento da violência

“Estamos cansados disso”, disse Maria, uma mulher de 38 anos que fugiu de sua casa na semana passada com os dois filhos pequenos quando a violência aumentou. “Ninguém se importa com o que está acontecendo conosco. Estamos perdidos e sem comida.”

A situação em Chocó é semelhante à crise que está se desenrolando na região de Catatumbo, na Colômbia, perto da fronteira leste com a Venezuela. Lá, o ELN foi acusado de atacar ex-membros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), agora desmobilizadas, e líderes comunitários civis em uma série de ataques. A violência matou cerca de 80 pessoas e forçou mais de 8.000 pessoas a fugirem de suas casas.

A escalada da violência levou o presidente Gustavo Petro a suspender as negociações de paz com o ELN, reduzindo uma parte importante de seu plano para acabar com um conflito interno de seis décadas. O ELN nega atacar civis.

Em Chocó, o ELN está lutando contra uma poderosa gangue criminosa conhecida como Clan del Golfo, e também contra alguns dissidentes das Farc, pelo controle do território, que é considerado uma região estratégica para o tráfico de drogas e a mineração ilegal de ouro.

Os grupos armados também implantaram minas terrestres antipessoais em grandes áreas do departamento, segundo as autoridades, o que impede que os fazendeiros tenham acesso às suas terras na região predominantemente rural.

“É uma tragédia”, disse Lilia Solano, diretora da Unidade de Vítimas do governo nacional, que é responsável por garantir que as vítimas de conflitos recebam reparações.

noticia por : UOL