Lula leva reforma ministerial à avenida sem um samba-enredo

O abre-alas da reforma ministerial de Lula foi a carbonização de Nísia Trindade. Ela havia conquistado por mérito o título de primeira mulher a chefiar o Ministério da Saúde. Quem a viu em ação na Fiocruz durante a pandemia sabe de onde vem o prestígio. Na Esplanada, teve erros e acertos. A demissão é do jogo. Mas ela não merecia maçarico.

Saiu Nísia da Saúde, ficou Juscelino Filho nas Comunicações. Experimente pensar só nisso. Esqueça todo o resto. Imagine a ponderação que Janja poderia ter feito ao marido, na intimidade: “Na penúltima reforma, você trocou Ana Moser por Fufuca, uma medalhista olímpica por um zagueiro do centrão. Não acha melhor agora livrar-se do Juscelino, indiciado por corrupção, antes de bulir com a Nísia?”.

A partir de 6 de março, o ministro da Saúde será o deputado petista Alexandre Padilha. Lula continuará exigindo que a pasta lhe forneça material para expor na vitrine de 2026. O brasileiro pobre continuará na fila do SUS, à espera de consultas e cirurgias. A diferença é que já não haverá uma Nísia para ser chutada.

noticia por : UOL