Vigilantes se tornam réus e vão responder por assassinato de venezuelano

DAFFINY DELGADO

DO REPÓRTER MT

Os vigilantes Alvacir Marques de Souza, de 68 anos, Jonas Carvalho de Oliveira, de 55 anos, Luciano Sebastião da Costa, de 48 anos, e Dhiego Erik da Silva, de 33 anos, se tornaram réus pelo assassinato do venezuelano Hidemaro Ivan Sanchez Camaho, de 50 anos, ocorrido no dia 3 de fevereiro, na Rodoviária de Cuiabá.

A decisão foi proferida pelo juiz João Bosco Soares da Silva, da 12ª Vara Criminal da capital, na terça-feira (25), na qual recebeu a denúncia feita pelo Ministério Público do Estado.

>>> Clique aqui e receba notícias de MT na palma da sua mão

“Preenchidos os requisitos legais, recebo a denúncia dando os acusados como incursos nas sanções do art. 121, § 2º, incisos I (motivo torpe), III (meio cruel) e IV (recurso que dificultou a defesa do ofendido) c/c art. 29, caput, todos do Código Penal, em face do óbito da vítima Hildemario Ivan José Sanches Camacho”, diz trecho de decisão.

Hidemaro era venezuelano e estava no Brasil há sete anos. Ele morava no município de Nova Mutum (a 242 km de Cuiabá) e havia chegado em Cuiabá no dia 3, data em que foi espancado e morto pelos criminosos.

Leia mais – Vídeo mostra seguranças espancando homem na rodoviária de Cuiabá; quatro são presos

Pouco antes das agressões começarem, Hidemaro teria chegado alterado na rodoviária e acabou batendo o peito e a cabeça em um vidro, provocando uma pequena confusão no local. Logo em seguida, ele foi abordado pelos vigilantes, que deram início a sessão de espancamento.

Após a pancadaria, Hidemaro ficou todo ensanguentado, sendo socorrido e encaminhado ao Hospital Municipal de Cuiabá (HMC), mas morreu na unidade de saúde.

Leia mais – Vigilantes que mataram venezuelano têm ficha na polícia; um era procurado

Segundo relato das ex-esposas do venezuelano, Hidemaro era trabalhador, não era morador de rua e nem usuário de drogas. Ele deixou seis filhos.

De acordo com a Polícia Civil, três dos quatro vigilantes já tinham passagem pela polícia. Alvacir já respondia pelos crimes de violência contra a mulher, Jonas estava com mandado de prisão em aberto por falta de pagamento da pensão alimentícia e Dhiego estava cumprindo pena em regime aberto por roubo.

Os quatro aguardam julgamento na prisão.

FONTE : ReporterMT