EDUARDA FERNANDES
DO REPÓRTER MT
A Polícia Militar abriu uma comissão processante para apurar o possível envolvimento de policiais militares no assassinato do advogado Renato Gomes Nery, ocorrido em 5 de julho de 2024. A medida foi anunciada pelo governador Mauro Mendes (União Brasil).
“A Polícia Militar já abriu uma comissão processante que vai acompanhar as investigações, independentes da Polícia Civil, e se forem culpados realmente eles vão ser expulsos e receber o tratamento que qualquer um que comete crime tem que receber no Estado de Mato Grosso”, disse Mauro em vídeo publicado no Instagram nesta quinta-feira (06).
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No início desta manhã, a Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) deflagrou a nova fase da Operação Office Crimes a Outra Face, que apura a morte do advogado. Cinco alvos foram presos e quatro deles seriam policiais da Rotam. Outro policial militar está foragido. Também foi preso o executor do assassinato, que seria caseiro da chácara de um dos militares, localizada no bairro Capão Grande, em Várzea Grande.
As buscas também foram cumpridas no Batalhão de Ronda Ostensiva Tático Metropolitana, no bairro Dom Aquino, em Cuiabá. Os pedidos de prisão foram expedidos pelo Núcleo de Inquéritos Policiais da Comarca de Cuiabá (Nipo), no decorrer das investigações conduzidas pela DHPP.
Nesta fase da Operação Office Crime – A Outra Face também foi apreendida uma pistola utilizada no homicídio. Os policiais civis também identificaram a rota de fuga usada pelo executor do crime, bem como a motocicleta usada e que foi apreendida.
Suposta motivação
Menos de 20 dias antes de ser assassinado, Renato Nery denunciou a existência de um suposto “escritório do crime” e protocolou uma representação disciplinar, na Ordem dos Advogados do Brasil de Mato Grosso, contra um colega de profissão que teria descumprido regras disciplinares em processos relativos à disputa por terra, em Mato Grosso.
Nery acusava um advogado de se apropriar e negociar uma área que ele havia recebido como honorários das ações nas quais ele atuou por mais de 30 anos.
Ainda na representação, Nery chegou a relacionar a atuação de um juiz, supostamente integrante de um “gabinete do crime”, com a execução do advogado Roberto Zampieri, morto em 2023, em Cuiabá, no bairro Bosque da Saúde.
Após as denúncias, Nery pediu que fosse instaurado processo administrativo disciplinar contra um advogado na OAB e ainda pediu que ele e outras testemunhas fossem ouvidas.
FONTE : ReporterMT