Itália e Rússia
Na Itália e na Rússia, por criação constitucional, existe a figura do senador vitalício. O motivo não foi casuísta, para se dar poder a golpistas com a lama a atingir as narinas, caso de Bolsonaro.
Duas são as hipóteses previstas, quer na Itália, quer na Rússia:
- Trazer os que ilustraram a pátria, e em tal quesito Bolsonaro seria reprovado, pois, além dos atentados à Constituição, democracia e saúde pública, até joias subtraiu, como peculatário;
- A experiência dos antigos chefes de Estado que cumpriram os seus mandatos até o prazo final. Bolsonaro foi internacionalmente considerado um pária, sua experiência foi nefasta. Serviria apenas para se fazer o diverso do feito ou imaginado por ele, mas, para isso, não há necessidade de travesti-lo de senador, basta uma olhada as suas opiniões e ações de então.
Quanto aos que honraram a pátria pelos altíssimos méritos adquiridos, ficaram demarcados, na Itália e na Rússia, os campos de atuações: social, científico, artístico e literário. E aqui convém não esquecer o negacionismo bolsonarista referente à vacinação contra a covid.
Nessa segunda hipótese, campos social, científico, artístico e literário, ninguém ousaria, por razões óbvias, notórias, indicar Bolsonaro. Nem operadores de milagres do tipo Silas Malafaia.
Bolsonaro como farsante
Ontem, pareceu ter acabado de vez a pretensão de Bolsonaro em obter uma Lei de Anistia. Mas, a pretensão da anistia poderá ser ressuscitada na capital de São Paulo, em evento com igual motivação ao do Rio.
Bolsonaro, filhos e asseclas erram na estratégia. Colocaram os usados como massa de manobra no 8 de Janeiro como beneficiários da anistia.
Ora, ninguém se sensibiliza por vândalos pós o iluminismo civilizatório. Nem que tenham os vândalos sido fanatizados e ensandecidos pelo discurso do perdedor Bolsonaro.
Os crimes consumaram-se. Ocorreu, de fato, exagero nas penas. A destruição, no entanto, foi visível, como, ainda, o uso deles como massa de manobra (dos réus condenados) a fim de abrir caminho à efetivação do golpe. Tudo isso ficou na cara, bastando ter olhos de ver.
Atenção: pela segunda vez a “raia miúda” foi usada e enganada por Bolsonaro.
A anistia é ampla, engloba até os que estão sendo investigados, denunciados e processados.
Claro, uma anistia beneficiaria Bolsonaro.
Isso pode ter passado despercebido, salvo, como se diz em italiano em eventos políticos esvaziados, para os “sei gatti” (gatos pingados) que compareceram à orla de Copacabana.
Bolsonaro será o grande beneficiado de uma futura lei de anistia. Isso porque a anistia, como ensinam os doutrinadores, refere-se a fatos e não as pessoas.
Como farsante, Bolsonaro colocou os condenados pelo 8 de Janeiro na linha de frente. Escondeu deles poder ser a anistia aplicada antes de processos e condenações.
Em momento algum, em Copacabana, Bolsonaro disse que recusaria a anistia em favor dos processados pelo 8 de Janeiro. Como se sabe, a anistia pode ser recusada.
noticia por : UOL