Trump ataca juiz que proibiu expulsão de venezuelanos dos EUA: 'Estou apenas fazendo o que os eleitores queriam'


Em rede social, presidente dos Estados Unidos chamou o juiz de ‘lunático, ‘encrenqueiro’ e ‘agitador’, além de dizer que ele deveria ser tirado do cargo. Mesmo após decisão, governo deportou 261 imigrantes para El Salvador nesta segunda (17). Trump
Reuters/Kevin Lamarque
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, usou as redes sociais para atacar o juiz responsável pela decisão que proíbe a deportação de imigrantes baseada em uma lei de guerra.
Trump, que enviou mais de 200 pessoas identificadas como membros de uma gangue venezuelana para a prisão de segurança máxima de Nayib Bukele, presidente de El Salvador, nesta segunda-feira (17), disse que está apenas cumprindo as promessas que levaram à sua eleição como presidente novamente.
“Eu ganhei por muitos motivos, mas lutar contra a imigração ilegal pode ter sido o número 1 para esta vitória histórica. Estou apenas fazendo o que os eleitores queriam que eu fizesse. (…) Não queremos criminosos violentos, perversos e dementes, muitos deles assassinos condenados, em nosso país”, afirmou em post na Truth Social.
O presidente americano ainda chamou o juiz de “lunático”, “encrenqueiro” e “agitador” e defendeu que ele deveria ser retirado do cargo: “Este juiz, como muitos dos juízes corruptos aos quais sou forçado a comparecer, deveria sofrer impeachment”.
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O alvo dos ataques de Trump é o juiz federal James Boasberg, que no sábado (15) emitiu uma ordem de restrição de 14 dias, bloqueando temporariamente quaisquer deportações que ocorreriam sob a aplicação da chamada “Lei de Inimigos Estrangeiros de 1798”.
O juiz argumentou na decisão que a situação “não fornece uma base para a proclamação do presidente, dado que os termos invasão, incursão predatória realmente se relacionam a atos hostis perpetrados por qualquer nação e proporcionais à guerra”.
A “Lei de Inimigos Estrangeiros de 1798” só foi usada três vezes na história americana: na Primeira Guerra Mundial, na Guerra de 1812 e na Segunda Guerra Mundial, para a internação forçada de americanos de ascendência japonesa em campos de detenção.
Nesta segunda, após a divulgação das imagens da chegada dos imigrantes a El Salvador, a Casa Branca alegou que o governo Trump agiu dentro da lei e que está confiante de que vai vencer a batalha judicial.
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A Casa Branca afirmou nesta segunda-feira (17) que pagou US$ 6 milhões (cerca de R$ 34 milhões) ao governo de El Salvador para que o país recebesse deportados venezuelanos em suas megaprisões.
O valor já havia sido mencionado pela imprensa norte-americana, com base em fontes de Washington, mas o governo de Donald Trump confirmou a informação nesta segunda.
O plano de deportação de estrangeiros às prisões salvadorenhas, proposto pelo presidente do país, Nayib Bukele, entrou em vigor no fim de semana, quando a primeira leva dos deportados chegou à capital San Salvador.
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Fonte: G1