Antes, o líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, prometer uma ‘resposta firme’ em caso de ataque ao país. Falas foram feitas após ameaças do presidente dos EUA ao Irã. Trump ameaça Irã em caso de novos ataques de grupo rebelde do Iêmen
O Irã não busca obter uma arma nuclear, mas “não terá outra opção” senão fazê-lo se for atacado pelos Estados Unidos, advertiu nesta segunda-feira (31) um conselheiro do líder supremo da República Islâmica. A fala foi feita após ameaças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao país.
“Em algum momento, se vocês [Estados Unidos] optarem por bombardear (…) obrigarão o Irã a tomar uma decisão diferente”, afirmou Ali Larijani em uma entrevista na televisão estatal.
Estas declarações ocorreram horas depois de o líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei, prometer uma “resposta firme” em caso de ataque ao país.
Em entrevista ao canal NBC no domingo, Trump declarou que “haverá bombardeios” no Irã caso não haja um acordo sobre o programa nuclear iraniano.
Os países ocidentais acusam há décadas o país do Oriente Médio de querer desenvolver armas nucleares, o que o governo iraniano nega. Teerã alega que seu programa tem apenas objetivos civis.
“Eles estão ameaçando provocar danos (…) se for o caso, certamente haverá uma resposta firme”, disse Khamenei em um discurso em Teerã por ocasião do fim do Ramadã, o mês de jejum para os muçulmanos.
Embora não tenha mencionado explicitamente Trump, o discurso pareceu uma resposta às ameaças dos últimos dias.
Histórico
Exercício militar realizado pela Guarda Revolucionária do Irã em 24 de janeiro de 2025.
Sepah News/AFP
Em 2018, durante seu primeiro mandato como presidente, Trump retirou os Estados Unidos de um acordo histórico sobre o programa nuclear iraniano e voltou a impor sanções ao país.
O acordo, assinado em 2015 entre Teerã e as potências ocidentais, obrigava o Irã a limitar seu programa nuclear em troca de uma flexibilização das sanções econômicas.
Em resposta, o Irã disse que havia convocado, nesta segunda-feira, o responsável pelas relações exteriores da embaixada suíça em Teerã, que representa os interesses americanos no país.
“Um chefe de Estado que ameaça abertamente o Irã com ‘bombardeios’ é uma afronta ultrajante à própria essência da paz e da segurança internacionais”, reagiu o porta-voz diplomático iraniano Esmail Baqai na rede social X.
Irã e EUA não mantêm relações diplomáticas desde 1980.
Desde que retornou à Casa Branca em janeiro, Trump afirmou que está aberto ao diálogo com Teerã e enviou uma carta às autoridades iranianas.
Na quinta-feira passada, o país anunciou que havia respondido à carta do presidente dos EUA, embora sem divulgar o conteúdo.
O presidente iraniano, Massoud Pezeshkian, disse em um vídeo transmitido pela imprensa estatal no domingo que seu país “não pretende se esquivar das negociações”.
“O Irã sempre esteve aberto às negociações indiretas”, afirmou o presidente, acrescentando que Khamenei “enfatizou que negociações indiretas podem ser realizadas”.
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Fonte: G1
Em caso de ataque, Irã diz que 'não terá outra opção' a não ser obter arma nuclear
