Reforço da iluminação pública e pontos de ônibus com sistema de acompanhamento de passageiras poderia diminuir o medo. Em algumas regiões da cidade, há pontos de ônibus equipados com totens interativos, chamados de “Abrigo Amigo”, que permitem a comunicação do usuário entre 20 horas e 5 horas com uma central de atendimento. No ponto de ônibus do trecho onde Bruna foi atacada não há o recurso.
Eu vejo muito em locais mais nobres, pontos de ônibus com acolhimento, que tem os totens de ligação caso precise. Acho que isso deveria ser implementado em todos os pontos da cidade de São Paulo, não somente da área nobre, mas também, principalmente, na zona leste, nas outras zonas que carecem muito dessa atenção.
Isabela Monteiro, frequentadora do terminal
Após o assassinato, quem circula por ali passou a evitar a calçada onde a estudante foi atacada. A passagem é erma, tem uma construção inacabada e um galpão rodeado por chapas de aço e grades.
Enquanto a reportagem esteve no local, todas as mulheres passaram acompanhadas. Exceto uma. Ela caminhou pelo trecho sozinha e cruzou as duas avenidas que dão acesso ao terminal. Na volta, estava acompanhada de outras duas mulheres. “Fui buscar minhas filhas no terminal, para não voltarem sozinhas depois do que aconteceu “, disse. Ela não quis se identificar e evitou parar para conversar, por causa da insegurança. Bruna foi atacada enquanto voltava sozinha, a pé, para casa.
O que dizem a polícia e a prefeitura
“Foco em crimes contra a vida”. Questionada pelo UOL sobre a ausência de patrulha no trecho citado na reportagem pelas moradoras, a SSP informou em nota que “o policiamento foi reforçado na região de Itaquera e as forças de segurança mantêm ações permanentes de combate a todas as modalidades criminosas, com foco especial nos crimes contra a vida, utilizando recursos de inteligência e tecnologia”. Segundo o órgão, entre janeiro e fevereiro, 833 pessoas foram presas ou apreendidas e 44 armas, retiradas das ruas na área, onde atua a 7ª Delegacia Seccional.
noticia por : UOL