sexta-feira, 16, maio , 2025 05:20

Entidades fizeram descontos ilegais em benefícios de 100 mil aposentados

Nessas cidades, a quadrilha fazia requerimentos de homologação extrajudiciais das “adesões” de beneficiários.

As associações eram fictícias, diz o Gaeco, e atuavam para conseguir os descontos por meio de “contribuições associativas”. Elas operavam como instituições financeiras informais, sem autorização do Banco Central e sem seguir normas de proteção ao consumidor.

“As decisões, prolatadas em tempo recorde, baseavam-se em documentação forjada, conferindo aparência de legalidade aos descontos indevidos. Em muitos casos, as vítimas sequer tinham ciência da existência das ações, tomando conhecimento apenas quando seus proventos eram atingidos. Alarmantemente, tais demandas tramitavam sob segredo de justiça, obstando a atuação institucional e o exercício da ampla defesa por consumidores hiper vulneráveis”, diz nota do Gaeco.

Essas entidades, controladas por advogados vinculados à organização criminosa, aliciavam aposentados e pensionistas — especialmente os mais vulneráveis — induzindo-os à assinatura de termos de adesão que, na prática, encobriam contratos de mútuo com juros abusivos, disfarçados de mensalidades para serviços inexistentes.
Gaeco

O esquema ainda tinha outro braço, que visava a concessão de liminares para excluir registros negativos em cadastros de proteção ao crédito, como SPC e Serasa sem a efetiva quitação dos débitos.

Com isso, havia a suspensão dos descontos de empréstimos consignados em contracheques de servidores, aposentados e pensionistas, liberando artificialmente uma margem consignável para novas contratações, sem o pagamento das operações anteriores.

noticia por : UOL