FERNANDA ESCOUTO
DO REPÓRTERMT
O juiz Fábio Ramiro, da 2ª Vara Federal Criminal de Salvador, determinou a retirada da tornozeleira eletrônica do ex-secretário estadual de Ciência e Tecnologia (Secitec) Nilton Borges Borgato. A decisão é dessa quarta-feira (21).
A defesa de Borgato alegava excesso de prazo na duração da medida, que foi imposta há mais de 2 anos e 5 meses. Destacou também que Borgato tem tido comportamento colaborativo com a justiça.
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O ex-secretário foi preso durante Operação Descobrimento, deflagrada pela Polícia Federal, em 2022.
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Investigações apontam que Nilton ocupava uma posição de destaque em uma organização criminosa voltada ao tráfico internacional de drogas e atuava como responsável pela intermediação entre fornecedores da droga e os transportadores, bem como com os destinatários da droga na Europa.
Em novembro do mesmo ano, ele foi solto mediante o pagamento de uma fiança de R$100 mil e foi submetido à prisão domiciliar e uso de tornozeleira eletrônica.
Já em fevereiro de 2025, a Justiça concedeu liberdade provisória a Borgato, entretanto ele teria que seguir cumprindo algumas medidas cautelares. No mês seguinte, ele chegou a pedir a revogação do uso da tornozeleira, porém o pedido foi negado.
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Nesta decisão, Fábio Ramiro reconheceu que os outros investigados pela PF, como Ricardo Agostinho, Rowles Magalhães Pereira da Silva e Nelma Mitsue Penasso Kodama, já haviam sido beneficiados com a retirada da tornozeleira e deixou claro que Borgatto está “em uma situação processual análoga”.
“Ante o exposto, defiro o pedido formulado por Nilton Borges Borgato, para revogar a medida cautelar de monitoramento eletrônico, mantendo as demais medidas cautelares anteriormente impostas”, concluiu o juiz.
Operação Descobrimento
De acordo com a PF, as investigações tiveram início em fevereiro de 2021, quando um jato executivo Dassault Falcon 900, pertencente a uma empresa portuguesa de táxi aéreo, pousou no aeroporto internacional de Salvador/BA para abastecimento.
Após ser inspecionado, foram encontrados cerca de 595 kg de cocaína escondidos na fuselagem da aeronave.
A partir da apreensão, a Polícia Federal conseguiu identificar a estrutura da organização criminosa atuante nos dois países, composta por fornecedores de cocaína, mecânicos de aviação e auxiliares (responsáveis pela abertura da fuselagem da aeronave para acondicionar o entorpecente), transportadores (responsáveis pelo voo) e doleiros (responsáveis pela movimentação financeira do grupo).
FONTE : ReporterMT
