KARINE ARRUDA
DO REPÓRTERMT
A defesa de Márcio Júnior Alves do Nascimento, um dos sócios-proprietários das empresas Imagem Eventos e Graduar Fotografia, entrou com um pedido de reconsideração da decisão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), que manteve a prisão preventiva do investigado. Na solicitação, a defesa argumentou que ele não fugiu do Estado, apenas saiu para trabalhar.
“O paciente estava morando na cidade de João Pessoa em razão de uma proposta de trabalho, pois neste Estado, além do risco a sua integridade física, jamais conseguiria obter uma oportunidade de emprego, haja vista o seu fracasso profissional amplamente divulgado”, apontou o advogado.
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No pedido encaminhado nessa quarta-feira (28) ao TJMT, a defesa contestou o desembargador Lídio Modesto da Silva Filho, da Quarta Câmara Criminal, que negou o habeas corpus solicitado por Márcio e manteve a prisão do acusado.
“Ao contrário do que o Douto Juízo a quo alega – ACUSADOS FORAGIDOS – o paciente poucas horas após as mídias jornalísticas noticiarem a suposta decretação da prisão preventiva se apresentou espontaneamente à autoridade policial, inclusive de posse de seu aparelho celular, momento em que o entregou e forneceu a senha livremente, sem qualquer solicitação da Polícia Judiciária Civil”, argumentou.
“Dessa forma, como concluir que o paciente estava foragido? O lapso de menos de 24 horas entre a notícia divulgada e a sua apresentação caracteriza fuga? Se existe o risco de fuga porque o paciente se apresentou imediatamente na comarca dos fatos?”, completou.
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A defesa aponta que não há necessidade de manter o acusado preso, sendo necessário substituir a prisão por medidas cautelares.
“Destarte, o risco de fuga é facilmente erradicado com a instalação do monitoramento eletrônico, restando o cárcere medida desproporcional”, reforça o pedido.
Calote milionário
Márcio e sua sócia, Eliza Severino da Silva, são administradores das empresas Imagem Eventos e Graduar Fotografia. Ambos foram alvos da Operação Ilusion, deflagrada pela Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon) de Cuiabá no último dia 20. Antes da ação, o casal era considerado foragido e só foi pego após se entregarem à polícia no dia 21.
Segundo a Polícia Civil, que investiga o caso, a dupla é acusada de aplicar golpes que totalizaram R$ 7 milhões em mais de mil estudantes, tanto de Mato Grosso quanto dos demais estados do país. A investigação aponta que entre os afetados estão alunos de cursos de medicina, odontologia, direito e de ensino fundamental e médio de escolas públicas e particulares.
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O caso chegou ao conhecimento público quando os empresários anunciaram o fechamento repentino das empresas, surpreendendo os formandos, prestadores de serviço e até os próprios funcionários. Com isso, bailes de formaturas foram cancelados em cima da hora.
Em seguida, o casal entrou na Justiça com um pedido de recuperação judicial, que foi indeferido.
FONTE : ReporterMT