Parece que, mais uma vez, robustece-se o papel do general Freire Gomes. A agitação eral tal, revelou Mauro Cid, que Freire Gomes pedia para ser informado de qualquer movimentação excepcional. Temia que algo pudesse eclodir nas Forças à sua revelia. E, note-se à margem, o delator confirmou a atuação em favor do golpe de Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, e de Walter Braga Netto. Battista Jr., que comandava a Aeronáutica, aparece uma vez mais como um legalista.
A INTERVENÇÃO DA DEFESA
Celso Villardi, um dos defensores de Bolsonaro, também teve o seu momento, em trecho bastante reproduzido pelos bolsonaristas nas suas redes, como se precisassem convencer a si mesmos. Não precisam. Essa gente chama até minuta de golpe de “remédio constitucional”. Os juízes precisam ser convencidos, e as provas reunidas é que têm de ser desmoralizadas por fatos. Vamos lá. Villardi pediu para que se colocasse um áudio no ar. Reproduzo o diálogo entre o advogado e Moraes:
VILLARDI – Ministro, à luz da resposta dele, tenho um áudio aqui do telefone dele que está nos autos. Posso colocar?
MORAES – Por favor.
(ENTRA A VOZ DE MAURO CID)
“General, bom dia! Ontem, o presidente, eu senti que ele já, praticamente, acho que desistiu de qualquer coisa ou de qualquer ação mais contundente. Ontem, por várias vezes, ele comentou que o governo Lula, um possível governo Lula, como ele sempre fala, não daria certo… Ele vai meter o pé pelas mãos; ele [Lula] vai botar os servidores todos contra ele [o próprio Lula]. Tanto que ontem ele comentou e pediu para deixar tudo andar em termos de relatório; não quer que ninguém fique pressionando nada. Ele conversou bastante tempo com Valdemar também, ontem, no começo da tarde. Ontem, o general Pazuello esteve com ele, dando sugestões, ideias de como ele podia, de alguma forma, tocar o Artigo 142, né?, alguma coisa assim… Ele desconversou, não quis nem saber…”
(VILLARDI RETOMA)
VILLARDI: Então, presidente, eu queria perguntar…
noticia por : UOL