sábado, 14, junho , 2025 06:15

São Paulo testa programa que dá créditos para quem pedala

A cidade de São Paulo testará um projeto que oferece créditos no Bilhete Único para quem usar a bicicleta nos deslocamentos diários. A iniciativa usará dados reais de ciclistas voluntários para elaborar políticas de incentivo à mobilidade ativa a fim de reduzir o uso do transporte motorizado.

O projeto-piloto, conduzido pelo IME-USP (Instituto de Matemática e Estatística da USP) e pelo FGV Cidades, com apoio da Fapesp, CNPq e Tembici, foi desenhado para ajudar a prefeitura a implantar o Programa Bike SP, uma lei de 2016 que, por falta de estudos, ainda não foi regulamentada.

Os pesquisadores esperam atrair até mil voluntários para definir o valor ideal a ser pago por quilômetro pedalado e quais perfis sociais devem ser priorizados.

Para participar, é necessário ser maior de idade, morador da cidade de São Paulo, ter uma bicicleta, um Bilhete Único ativo e conseguir pedalar. As inscrições ficam abertas até 30 de junho e devem ser feitas pelo link ime.usp.br/bikesp após a conclusão de um minicurso gratuito e obrigatório sobre segurança no trânsito.

A partir de julho, os selecionados devem usar um aplicativo de celular (disponível somente para a plataforma Android) para registrar seus deslocamentos em bicicleta.

Em agosto, o experimento começa para valer: até duas viagens por dia poderão gerar créditos no Bilhete Único do participante.

“A Secretaria Municipal de Transportes nos procurou para aprimorar a pesquisa sobre o Bike SP. Nossa intenção ao transformá-lo em um projeto-piloto nas ruas foi a de utilizar o método científico para compreender como o programa e o software associado funcionariam em um ambiente real. Iremos extrair as respostas necessárias a partir da análise do comportamento dos ciclistas”, explica Fabio Kon, professor de ciência da computação do IME-USP e coordenador do projeto ao lado de Ciro Biderman, diretor e pesquisador do FGV Cidades.

“O piloto do Bike SP é uma oportunidade única para testar, com base científica, se compensar financeiramente quem pedala pode mudar padrões reais de mobilidade urbana. Nosso objetivo é gerar evidências que ajudem o poder público a tomar decisões mais eficientes e justas, com potencial de aliviar o trânsito, reduzir emissões e gerar economia para o sistema de transporte”, diz Biderman.


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noticia por : UOL