Relatório da PF a Moraes mostrou que Cid omitiu informações sobre plano para matar o presidente Lula (PT), o vice Geraldo Alckmin (PSB) e o próprio Moraes. Além disso, ele foi questionado pelos investigadores sobre uma estratégia montada pelos golpistas para monitorar o ministro do STF, mas deu informações consideradas insuficientes.
“Ocorre que o avanço das investigações relevou que os militares Rafael Martins de Oliveira e Hélio Ferreira Lima [que estariam na reunião] tiveram participação relevante dentro do contexto de planejamento operacional realizado pela organização criminosa para a consumação de um Golpe de Estado. A investigação identificou troca de interações diretas entre os investigados e Mauro Cid, o que demonstra que o colaborador tinha ciência das ações levadas a efeito”
Trecho de relatório da PF a Moraes
Cid também negou que havia sido procurado por investigado para dar detalhes de sua delação. O tenente-coronel viria a admitir depois que o general Walter Braga Netto buscou familiares dele para saber o conteúdo da colaboração, o que motivou a prisão do ex-ministro da Defesa e candidato a vice de Bolsonaro em 2022.
Por causa de omissões, PGR chegou a pedir que Cid voltasse à prisão. “A prisão preventiva afigura-se, assim, como única medida capaz de garantir a aplicação da lei penal e a conveniência da instrução criminal”, diz parecer de 19 de novembro do procurador-geral da República, Paulo Gonet. O pedido, no entanto, não chegou a ser apreciado na decisão de Moraes.
Em 21 de novembro, Cid prestou novo depoimento ao STF. Na oitiva, ele prestou esclarecimentos sobre as omissões apontadas pela PF. Após a audiência, Moraes manteve os termos da delação.
noticia por : UOL