sexta-feira, 18, abril , 2025 11:38

Ataque ao Alto-Comando: Bolsonaro odiava elite militar, que o desprezava

Disseram mais a respeito do agora presidente:
“Revelou comportamento aético e incompatível com o pundonor militar e o decoro da classe ao passar à imprensa informações sobre sua instituição”.

Sarney estava na Presidência da República, e Leônidas pertencia à elite militar que deu sustentação à ditadura.

Bolsonaro era, diga-se, desprezado por próceres do antigo regime. Em 1993, o ex-presidente Geisel referiu-se a ele assim:
“Presentemente, o que há de militares no Congresso? Não contemos o Bolsonaro, porque o Bolsonaro é um caso completamente fora do normal, inclusive um mau militar.”

Em tempos mais recentes, em 2011, aos 91 anos então, Jarbas Passarinho desancou o “Mito” numa entrevista à Terra Magazine:
“Foi mau militar, só se salvou de não perder o posto de capitão porque foi salvo por um general que era amigo dele no Superior Tribunal Militar (STM)”

Coronel, um dos mais importantes intelectuais do regime militar, Passarinho referia-se ao fato de que, no tribunal, Bolsonaro foi considerado “não culpado” — o que não quer dizer inocente — dos planos terroristas que esboçou.Disse mais:
“Já tive com ele (Bolsonaro) aborrecimentos sérios. Ele é um radical, e eu não suporto radicais, inclusive os radicais da direita. Eu não suportava os radicais da esquerda e não suporto os da direita. Pior ainda os da direita, porque só me lembram o livrinho da Simone de Beauvoir sobre ‘O pensamento de direita, hoje’: ‘O pensamento da direita é um só: o medo’. O medo de perder privilégios.”

FANFARRÃO
Testemunhos de militares graduados fazem de Bolsonaro um fanfarrão. E o é, agora digo eu, da pior espécie porque ele se mostra um nostálgico dos piores aspectos do regime militar. Não por acaso, o seu herói e autor de seu livro de cabeceira é o torturador Brilhante Ustra. Com Passarinho — que morreu em 2016, aos 96 anos –, seu relacionamento era péssimo.

noticia por : UOL