segunda-feira, 28, abril , 2025 09:37

Petro pede investigação de ataque em área com operações antiguerrilha suspensas

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, pediu neste domingo (27) uma investigação sobre um ataque no qual seis soldados morreram no conturbado departamento de Guaviare, no sul do país, onde estão suspensas as operações militares e policiais contra grupos armados que negociam a paz nessa região.

Outros cinco soldados foram sequestrados e depois entregues à comunidade, informou o Exército no X (antigo Twitter). Há ainda um soldado desaparecido.

A Colômbia atravessa o maior pico de violência da última década. Esses ataques colocam em risco o plano de “paz total” proposto pelo presidente de esquerda, no poder desde 2022.

Na semana passada, Petro ordenou a suspensão das operações militares e policiais contra uma facção dissidente da extinta guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), comandada por alias Calarcá, que tem mantido conversações para abandonar as armas.

“Uma comissão independente deve examinar imediatamente as circunstâncias do ataque ao Exército em Guaviare”, escreveu Petro no X.

A equipe deve avaliar “desde o conteúdo da decisão de reduzir o cessar-fogo, que foi tomada com os frentes sob o comando de ‘Calarcá'”, acrescentou.

O Exército informou que o pelotão foi “emboscado e atacado” pelo grupo armado Jorge Suárez Briceño.

Na sexta-feira, o ministro do Interior, Armando Benedetti, reconheceu que a política de paz de Petro “não tem tido sucesso”.

Atualmente, há diálogo apenas com duas das cinco dissidências das extintas FARC e com um pequeno frente do Exército de Libertação Nacional (ELN).

As negociações não avançaram com o grosso do ELN, com o cartel do Clã do Golfo e com o Estado-Maior Central, a principal dissidência das FARC liderada por “Iván Mordisco”, o criminoso mais procurado do país.

Os grupos armados se financiam por meio do narcotráfico, mineração ilegal e extorsão.

De acordo com o decreto presidencial, as frentes que estão em diálogo têm até 18 de maio para “acordar zonas de concentração e territórios de paz (…) e iniciar um processo de paz avançado”.

“Na Colômbia, ninguém deve morrer pelas mãos de outros”, destacou Petro no X.

As Forças Armadas estimam que o bloco liderado por alias Calarcá conta com cerca de 2.400 membros, distribuídos principalmente no leste e sudeste do país.

O histórico conflito colombiano, que envolveu guerrilhas, forças estatais e paramilitares, já deixou cerca de 9,9 milhões de vítimas, a maioria delas deslocadas

noticia por : UOL