Fazer aniversário significa ficar mais velho. Significa também ganhar felicitações de amigos, parentes, colegas de escola ou de trabalho. E das pessoas mais próximas significa ganhar um bolo, um “parabéns a você”, um abraço. Talvez docinhos (brigadeiros!). E presentes.
O vitorioso italiano Carlo Ancelotti, novo técnico do Brasil, nasceu no dia 10 de junho de 1959. Assim, nesta terça-feira, completará 66 anos.
As pessoas mais próximas a ele no dia a dia, faz uma semana, são os jogadores e o estafe da seleção brasileira. Haverá “parabéns” e um bolinho? Depois do almoço cairia bem, seria simpático.
E o presente?
Esse, Ancelotti quer receber dos jogadores à noite, no estádio do Corinthians, em Itaquera (zona leste de São Paulo), onde o Brasil enfrenta o Paraguai pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026.
Não haveria nada melhor para celebrar o aniversário do que sair de campo com uma vitória diante dos paraguaios, que estão na frente na tabela de classificação.
Os visitantes, depois de um início péssimo (uma vitória em seis partidas), arrancaram e ocupam o terceiro lugar nas Eliminatórias sul-americanas, com 24 pontos.
Estão em fase estupenda, com uma invencibilidade de nove partidas (cinco vitórias e quatro empates), incluindo um triunfo contra o Brasil em Assunção (1 a 0, no dia 10 de setembro do ano passado).
A seleção brasileira, que vive momentos conturbados desde a queda na Copa de 2022, no Qatar, e a saída de Tite –Ancelotti é o quarto técnico a dirigir a equipe–, está na quarta colocação, com 22 pontos. Nos nove jogos mais recentes, quatro vitórias, três empates e duas derrotas.
Para presentear Ancelotti, os atletas precisarão jogar muito mais futebol, ofensivamente, do que o exibido na estreia do treinador, na quinta-feira (5).
No 0 a 0 em Guayaquil contra o Equador, a seleção finalizou apenas três vezes a gol (duas vezes com Casemiro, uma com Vinicius Junior). Mesmo as que foram na direção do gol (duas), defendidas pelo goleiro Valle, não ofereceram grande perigo.
Dessa forma, no ataque, o Brasil repetiu a performance deplorável da partida anterior, ainda sob o comando de Dorival Júnior, contra a Argentina em Buenos Aires.
Nesse confronto, na qual os argentinos não tiveram Messi e mesmo assim golearam por 4 a 1 –podia ter sido mais, tamanha a superioridade–, a equipe verde e amarela arriscou três vezes contra a meta defendida por Dibu Martínez, duas com Raphinha (uma bola na trave e um chute bloqueado) e o gol de Matheus Cunha.
Esses dois, Raphinha e Matheus Cunha, podem ser protagonistas diante do Paraguai e, quem sabe, darem a Ancelotti algumas alegrias na data que, espera ele, seja festiva.
O primeiro, estrela do Barcelona, volta o time depois de cumprir suspensão por cartões amarelos no Equador. O segundo, que fez ótima temporada no inglês Wolverhampton, tende a entrar na equipe depois de atuação fraca de Richarlison (não anda bem, já faz algum tempo, o outrora celebrado Pombo).
Será a primeira vez que Ancelotti estará em ação como treinador, na carreira iniciada 30 anos atrás na italiana Reggiana, no dia de seu aniversário.
Quando jogador (era meio-campista), no dia de 10 de junho, atuou uma vez, no 1 a 1 da Itália contra a anfitriã Alemanha na Eurocopa de 1988, e ficou na reserva no 3 a 2 sobre a Coreia do Sul na fase de grupos na Copa do México-1986.
Qualquer resultado nesta terça em Itaquera que não seja a vitória do Brasil, preferencialmente jogando um futebol convincente, fará o italiano lembrar para sempre esse aniversário de 10 de junho, tendo recebido um presente, dado por um cavalo paraguaio às avessas, de sabor amarguradamente amargo.
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noticia por : UOL