A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, critica a atuação do Congresso Nacional diante da emergência climática. Em entrevista à coluna, ela afirma que parlamentares têm adotado uma postura “completamente contrária ao que o Brasil precisa para enfrentar a crise climática” e que prevalece entre eles um “discurso negacionista”.
Guajajara também reagiu ao avanço do chamado “PL da devastação”, que flexibiliza regras ambientais e pode abrir brechas para a exploração de terras indígenas. “É um retrocesso enorme, ainda mais em um ano tão simbólico como este, em que o Brasil sedia a COP30“, disse.
A ministra destaca avanços que o seu ministério conseguiu, como a homologação de 13 terras indígenas e sete ações de desintrusão —com retirada de invasores de territórios. Ela defendeu ainda a transformação da desintrusão em política permanente.
Guajajara também rebateu a percepção de que o Ministério dos Povos Indígenas tem pouco protagonismo no governo. “Tivemos total liberdade do presidente Lula para montar nossa equipe e indicar lideranças para a Funai e para a saúde indígena”, disse. “Estamos fazendo um trabalho histórico.”
Questionada se toparia permanecer no cargo em uma eventual reeleição de Lula (PT), afirmou que “provavelmente sim”, mas ponderou que sua vida é feita de etapas. “Também quero abrir caminho para que outras lideranças indígenas ocupem esse espaço.”
Sobre a COP30, ela disse que a prioridade do momento é garantir que a conferência seja bem-sucedida e deixe um legado concreto. “A gente, enquanto ministério, vai ter muita novidade a partir da decisão dessa COP. Então, é importante se garantir os compromissos do financiamento climático, que é o que ficou bem aquém na COP anterior.”
Segundo a ministra, a meta de ter uma representação robusta dos povos originários no evento será cumprida. Até o momento, são 500 indígenas brasileiros credenciados e há a expectativa de receber a inscrição de outros 500 de todas as outras partes do mundo.
Trinta e um desses indígenas brasileiros participaram do programa Kuntari Katu, formação do ministério para jovens lideranças de preparação para a COP30. O grupo viaja nesta semana para conferência de Bonn, na Alemanhã, para compromissos que antecedem o evento.
PANDEIRO
Os diretores do documentário “Anos 90 – A Explosão do Pagode“, Emílio Domingos e Rafael Boucinha, receberam convidados para a estreia da obra, que faz parte do festival In-Edit Brasil, na quarta (11). O evento no CineSesc, em São Paulo, contou com a presença dos cantores e compositores Chrigor e Délcio Luiz. Também compareceram os cantores Netinho de Paula e Márcio Art e o produtor Pelé Problema.
com KARINA MATIAS, LAURA INTRIERI e VICTÓRIA CÓCOLO
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noticia por : UOL
